sexta-feira, 18 de março de 2011


O secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Barbosa, e o secretário-executivo da CF, padre Luiz Carlos Dias

Campanha da Fraternidade 2011 reflete sobre vida no planeta

Conversão, fé, mudança de vida e um planeta no qual vigore o desenvolvimento sustentável e a vida é respeitada como dom em todas as suas manifestações. Todos esses temas estão interligados e é para mostrar estes vínculos estreitos que se dedica a Campanha da Fraternidade (CF) deste ano.O tema da CF 2011 é "Fraternidade e a Vida no Planeta", com o lema "A criação geme em dores de parto" (Rm 8, 22). Desde 1964, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe anualmente algum tema de relevância para auxiliar a caminhada dos católicos durante os quarenta dias que separam a Quarta-feira de Cinzas da Páscoa – denominado "Quaresma" no calendário litúrgico.O secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, recorda a originalidade da Campanha, que "pretende sempre suscitar debate e se tornou um dos principais instrumentos de conscientização que a Igreja dispõe em nível nacional. É um produto genuinamente brasileiro. Não existe nada similar em outros países. É a nossa maneira concreta de viver a Quaresma", explica.
Tema e históriaO lema da CF 2011 é retirado de uma das várias cartas escritas por São Paulo, que possui uma "visão cósmica da salvação", conforme explica o secretário-geral da CNBB."Para Paulo, a salvação não é assunto referente apenas às almas, nem somente aos cristãos, é algo que diz respeito à humanidade toda. Mais ainda, a todo o universo. Jesus é o mediador de uma nova e eterna aliança que tem repercussões cósmicas. Nesse sentido, Paulo lembra que a criação inteira ainda aguarda sua plenitude, que realiza-se em Cristo, porque n'Ele todas as coisas foram feitas", salienta o bispo.Nessa perspectiva, o ser humano precisa assumir seu papel de cocriador na criação, enquanto administrador de tudo o que foi criado por Deus. "As Campanhas anteriores tiveram um foco bem saliente nos sofredores e pobres, necessitados, e é importante que seja assim. No entanto, o foco agora se alarga para pensar na vida do planeta como tal. Afinal de contas, nem pobres ou ricos sobreviverão se o planeta for destruído", pondera Dom Dimas.Acerca da noção de desenvolvimento sustentável, o secretário-geral adverte que todos querem desenvolvimento, mas é preciso buscá-lo com responsabilidade. "Muitos países estão pouco interessados com o futuro e investem em processos contra o meio ambiente. Isso é irresponsável, pois o que está em jogo não é a vida da geração de hoje somente, mas das gerações futuras, ameaçadas quando iniciativas públicas não são feitas com responsabilidade".A preocupação com ecologia é presença de longa data nas CF's. Já em 1979 acontecia a primeira Campanha com viés ecológico, com o tema "Por um mundo mais humano" e o lema "Preserve o que é de todos". Após, houve outras campanhas com a presença do tema ecológico, como "Fraternidade e Água" (2004) e "Fraternidade e Amazônia" (2007), por exemplo.EscolhaOs temas das Campanhas não são impostos pelo episcopado brasileiro. Pelo contrário, há todo um processo de consulta às comunidades, pastorais e agentes."Especialmente nos últimos 20 anos, a Campanha assumiu temas de envergadura social bem ampla, para que a Palavra e a experiência de fé possam iluminar cada situação", sublinha padre Luiz Dias.Os temas são escolhidos sempre com dois anos de antecedência, para que se possa ter tempo de trabalhar no texto-base e alavancar reflexões, bem como desenvolver outros textos de caráter litúrgico, catequético e outras iniciativas. Da mesma forma, o processo de escolha do hino conta com um processo de escolha com ampla participação popular."O processo de escolha é bastante participativo, uma vez que faz as pessoas que estão com 'a mão na massa' se mobilizarem e propor os temas", finaliza Dom Dimas.

O Papa Bento XVI lembrou aos sacerdotes da Diocese de Roma que o presbítero deve sustentar com coragem a Igreja onde ela é ameaçada

Sacerdote “não é um patrão da fé”, destaca Bento XVI

O sacerdote não é um “administrador”, mas um homem escolhido por Deus para imitar Cristo, “alguém que sabe como Ele ser humilde, amar a humanidade, ter sensibilidade para com os pobres, sustentar com coragem a Igreja lá onde ela é ameaçada”. Foi o que salientou o Papa Bento XVI na manhã desta quinta-feira, 10, em seu encontro com os sacerdotes da Diocese de Roma. Para o Pontífice, o sacerdote, antes de tudo “não é um patrão da fé” e não se pode ser padre em tempo parcial, mas sim com toda a alma e coração. “Este ser com Cristo e ser embaixador de Cristo, este ser para os outros é uma missão que penetra o nosso ser”, destacou o Papa. Este serviço chama à humildade que, segundo o Santo Padre, não é exibição de “falsa modéstia”, mas amor pela vontade de Deus que justamente pela humildade do serviço pode ser anunciada na sua integridade, sem condicionamentos ou preferências, e sem “criar a ideia que o cristianismo é um pacote imenso de coisas a se aprender”. O presbítero deve conduzir a sua “corrida” no mundo, sem jamais perder o vigor do início. Bento XVI alertou para que os sacerdotes não percam o zelo, a alegria de serem chamados pelo Senhor, deixando renovar sua juventude espiritual.“Somente Deus pode fazer-nos sacerdotes, somente Deus pode escolher os seus sacerdotes e se somos escolhidos, somos escolhidos por Ele. Aqui aparece claramente o caráter sacramental do sacerdócio, que não é uma profissão que deve ser feita porque alguém deve administrar todas as coisas. É uma eleição feita pelo Espírito Santo”, esclarece o Bento XVI. O Papa ressaltou também para que eles estejam atentos a particular vida espiritual, salientando que orar e meditar a Palavra de Deus não é perda de tempo para o cuidado das almas, mas é condição para que possam estar realmente em contato com o Deus e assim falar Dele aos outros.“A verdade é mais forte que a mentira, o amor é mais forte que o ódio, Deus é mais forte que todas as forças adversas. E com esta alegria, com essa certeza interior, pegamos a nossa estrada nas consolações de Deus e nas perseguições do mundo”, concluiu o Santo Padre.

Papa faz doação para ajudar vítimas do tsunami no Japão

O Papa Bento XVI enviou, no último fim de semana, uma doação de 100 mil dólares à Conferência de Bispos Católicos do Japão para ajudar as vítimas do terremoto e o tsunami que devastaram várias cidades do país na sexta-feira, 11.Dom Anthony Figueiredo, do Pontifício Conselho Cor Unum, encarregado das obras de caridade do Papa, disse à Rádio Vaticano que este dicastério acompanha trabalha de perto com os bispos japoneses, através da rede da Caritas Internationalis e de outras organizações de ajuda, para determinar a melhor forma de responder às necessidades dos habitantes do Japão.O prelado afirmou que o ocorrido no Japão é "uma vasta tragédia" que se soma ao tsunami de 2004 na Ásia, o terremoto e as inundações no Paquistão e o devastador terremoto do Haiti em janeiro de 2010."O que nós devemos fazer, por primeiro, é rezar para que estas pessoas tenham esperança", disse. Contudo, "obviamente se necessita ajuda material e concreta. O Santo Padre enviou através deste Pontifício Conselho a quantia de 100 mil dólares à Conferência dos Bispos japoneses porque esta é a forma mais rápida de que os recursos possam chegar às diocese mais afetadas".Além disso, acrescentou, "os bispos são os primeiros responsáveis pelas obras de caridade nas dioceses e eles conhecem as necessidades do povo".Ajuda humanitáriaSobre a situação em Sendai, uma das zonas mais afetadas pela tragédia, o bispo local, Dom Tetsuo Hiraga, assinalou à agência vaticana Fides que "necessitamos a unidade e a boa vontade de todos. Nós, os católicos na diocese de Sendai, somos pouco mais de dez mil, um pequeno rebanho. Mas seguimos orando pelas vítimas e faremos todo o possível para levar alívio e para testemunhar, neste momento de sofrimento, a mensagem do amor de Cristo".Deste modo, indicou que os bispos japoneses se reunirão nesta quarta-feira, 16, em Sendai, para uma reunião de emergência: "temos que nos assessorarmos sobre como atuar. Enquanto isso, confiamos em Deus e pedimos as orações de todos os cristãos em todo mundo"."Recebemos a mensagem do Santo Padre e lhe agradecemos por suas palavras que inspiram coragem e esperança. Hoje esta é nossa missão específica: ajudar à nação a levantar os olhos ao céu, e a manter viva a chama da esperança", concluiu.Dom Anthony disse ainda à Rádio Vaticano que "estamos monitorando de perto as necessidades. Com frequência há uma resposta imediata que é boa. O próprio Santo Padre a solicitou".Finalmente advertiu que "com o tempo, frequentemente se esquece a tragédia, como aconteceu no Haiti. E a Igreja quer estar ali, não só a curto, mas especialmente a longo prazo, quando as agências seculares já tenham ido embora e não restar ninguém para ajudar".

Dom Murilo em Salvador


Arquidiocese prepara recepção de Dom Murilo em Salvador

Arquidiocese prepara recepção de Dom Murilo em Salvador

Na terça-feira, 22 de março, os católicos de Salvador receberão o novo arcebispo Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães. A chegada está prevista para às 20h35 e uma comissão liderada pelo Administrador Apostólico da Arquidiocese, Dom Geraldo Majella Agnelo, dará as boas vindas a Dom Murilo. Também integram a comitiva o bispo auxiliar Dom Gregório Paixão e alguns vigários episcopais que representam as regiões da arquidiocese.A solenidade de posse será na sexta-feira, 25, às 19 horas, na Catedral Basílica, onde haverão três telões, um na sacristia e outros dois na praça em frente, para que os fiéis possam acompanhar a cerimônia. A expectativa é que dentro da Catedral tenham cerca de 2 mil pessoas.Além do representante do Papa no Brasil, o Núncio Apostólico Dom Lorenzo Baldisseri, estarão na posse os Cardeais Dom Cláudio Hummes, Dom Eugênio de Araújo Sales, Dom Odilo Pedro Scherer e os Bispos Dom Orani João Tempesta, Dom Dimas Lara Barbosa e Dom Itamar Vian. Do cenário político está confirmada a vinda do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo e dos os senadores Luiz Henrique da Silveira, Casildo João Maldaner e Paulo Roberto Bauer.Entre os fiéis da Arquidiocese, a movimentação também é intensa. Paróquias e movimentos leigos estão organizados e diferentes grupos montaram caravanas para participar da Missa de posse. Um exemplo é a Paróquia São Paulo Apóstolo que levará um ônibus com paroquianos para a Catedral. No site do Movimento Escalada, um espaço será criado para que os participantes do grupo deixem mensagens para o novo arcebispo. Posteriormente, este material será transformado em um cartão e entregue a Dom Murilo.